O Guia do Aventureiro do Comércio Exterior
O Guia do Aventureiro do Comércio Exterior

Série especial:


O Comex do analógico ao digital: para relembrar o passado, conhecer o presente, refletir sobre o futuro!

Conteúdo exclusivo sobre o caminho do comércio exterior brasileiro!


Aqui na Allink nós somos apaixonados pelo comércio exterior, então, pensamos em algo especial para homenagear essa ciência única que é parte fundamental da evolução do mundo.


Desse desejo, nasceu esse material, que reúne relatos, pesquisas e reflexões sobre a evolução do comex no Brasil a partir da informatização dos processos até os dias atuais e, de bônus, algumas perspectivas para o futuro.


A seguir você poderá embarcar em uma jornada única, que traz informações que não se encontra no Google: visões e relatos que vem da experiência cotidiana no fazer do comércio exterior por profissionais com riquíssima experiência na área!


Comandantes desse trajeto:



Carla Vieira - Allink: Idealizadora dessa viagem!

Atua no comércio exterior desde 1998, passando por diversos setores. Trabalhou com os segmentos de importação, exportação, agente de carga, comissária, despacho, dentre outros. Atualmente é responsável pelo marketing da Allink, empresa na qual trabalha há 10 anos. Carla foi responsável pela idealização e realização das ações da semana do comex, incluindo as entrevistas que resultaram no presente material.



Martin von Simson - Guia Marítimo: Pioneiro que não perde o fôlego!

É formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, com especialização em Fusões e Incorporações, Direito Tributário Internacional e Logística. Trabalhou como profissional de marketing nos Laboratórios Byk Procienx; foi presidente da Sistema Transportes; gerente geral na Stolthaven; sócio fundador da Tankpool Transporte e Logística Reversa. Fundou a editora Update Comunicação Ltda junto ao Tadeusz Polakiewicz, que teve o Guia Marítimo como um de seus produtos de sucesso. Atualmente é Diretor Institucional do Grupo Guia, sócio administrador da Pousada do Quilombo Resort e Restaurante Trincheira da São Bento Empreendimentos.


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ATENÇÃO NAVEGANTES COM DESTINO AO FUTURO DO COMEX BR: PARA O SUCESSO DA NOSSA VIAGEM, CERTIFIQUEM-SE DE TER O SEU GUIA MARÍTIMO EM MÃOS.


O avião foi uma invenção incrível, que revolucionou o modo como nos movimentamos e reduziu a distância entre os territórios. Mas, quando o assunto é importação e exportação, os navios sempre foram os protagonistas.


As grandes embarcações semearam a perspectiva de um mundo global, anunciando que as maiores travessias entre fronteiras se fariam pelo mar. Não é atoa que na internet você navega em vez de voar.


Exploração, pioneirismo, descoberta, aventura. É através das ondas do mar que se transforma o mundo. Só que o mar engole quem não sabe onde quer chegar. Quem não tem um instrumento que oriente a trajetória.


Felizmente, nós tivemos e temos o Guia Marítimo, indicando as coordenadas do comex brasileiro com destino ao globo! Convidamos Martin Von Simson, diretor institucional e fundador do Guia Marítimo junto ao Tadeusz Polakiewicz, para comandar o passeio de hoje. Vem com a gente?




A REVOLUÇÃO DOS CONTÊINERES INSPIRA O GUIA MARÍTIMO

Antes dos contêineres, a medida do que se conseguiria levar do porto ao navio era o quanto uma pessoa conseguia carregar. O processo era todo manual, o volume de transporte limitado ao tamanho do navio e a conservação nos armazéns dos portos, provavelmente, não era das melhores.


Fora isso, o custo do transporte de cargas por outros meios era elevado. Estima-se que a movimentação por contêineres trouxe uma economia de pelo menos 25% ao processo, além de ser um equipamento padronizado, empilhável, fácil de carregar e descarregar, seguro e reciclável. Foi na movimentação por contêineres que o Guia Marítimo se baseou.


Um livro amarelo intitulado guia marítimo com um recipiente verde na capa

imagem de um contêiner em um anúncio da Allink no Guia Marítimo!


Martin afirma que sem essa invenção não existiria comércio exterior como temos hoje e acrescenta uma curiosidade sobre o seu encontro com Malcom McLean, o inventor do contêiner:


“Eu encontrei essa figura icônica numa feira nos Estados Unidos. Quando ele soube que eu era do Brasil, ficou entusiasmado, porque o primeiro contêiner dele foi de Miami para Salvador num navio cargueiro normal e custou USD 8.600,00 de frete, naquela época. Isso não está em nenhum livro - eu escutei da boca dele. Sumiu essa informação no mercado. Então, sem ele não existiria esse comércio exterior que nós temos hoje. Sem movimentação em contêineres, que é onde o guia se baseou.”



QUANDO A TERRA E O MAR NÃO SE FALAVAM

Ilustra o quanto o Guia Marítimo foi revolucionário o modo como se fazia, antes de sua invenção, para saber sobre a chegada dos navios:


“Existia um produto chamado Semafórico, em Santos, que era uma loucura. Era um cara que subia no Morro Santa Terezinha com um binóculo e, quando ele enxergava o navio, ele descia correndo e num mimeógrafo ele colocava que aquele navio estava chegando e passava para todos os despachantes, para todo mundo que tinha a ver com aquele navio, fornecedor de carga, etc. Porque o navio não tinha contato com a terra.”


Antes do Guia, quando um navio saía do seu destino em direção ao Brasil, ninguém sabia quando chegaria. Ele perdia completamente o contato com a terra. Haviam algumas páginas no Estadão da Marinha Mercante, que se limitavam a informar sobre os prestadores de serviço que pagavam pelo anúncio.


Nesse contexto, o Guia Marítimo não apenas trouxe informações completas sobre a movimentação dos navios, viabilizando os processos de importação e exportação, mas também democratizou o acesso a essas informações. Essa atitude favoreceu tanto quem precisava do serviço, quanto quem oferecia, contribuindo para o comex brasileiro acontecer.



GUIA MARÍTIMO: O APP DE PAPEL


Um livro chamado maritimo tem a imagem de um navio na capa

capa da 1ª edição do Guia Marítimo.


Martin conta que o Guia Marítimo surgiu sem querer. A intenção inicial era oferecer uma espécie de bônus para os clientes da sua empresa de logística, um material com atualizações sobre o comex e, principalmente, informações sobre todos os navios que saiam e chegavam em portos brasileiros, com formato similar ao de páginas amarelas:


“Essas páginas amarelas basicamente eram o que hoje nós fazemos na internet, num aplicativo. Você procurava o porto de destino e em uma coluna você encontrava o porto de saída, a data daquele navio, agente, telefone e etc.”


Essa ação foi possível graças ao contato que a empresa de Martin e Tadeusz Polakiewicz mantinha com armadores, que forneciam as informações, na época, tabuladas a mão.


O Guia surge, portanto, como um material impresso, gratuito, com informações e notícias atualizadas sobre o comércio exterior, distribuído a cada 15 dias para empresas do setor.



PORQUE A CONFIANÇA É A MELHOR ESTRATÉGIA DE MARKETING, O GUIA VIRALIZOU

O Guia Marítimo surgiu em junho de 1992, junto ao Plano Real, com uma proposta pioneira e disruptiva. Sua rápida adaptação para mídia eletrônica reflete o seu espírito inovador e flexível, resultando no reconhecimento por meio de premiações, tal a recebida em 1999 como melhor contribuição do ano para o comércio exterior. Todavia o grande trunfo do Guia foi a influência conquistada por meio da confiança e parceria com todo o mercado.


“Porque criou-se o hábito de consultar navio no Guia Marítimo, e consultar quem eram os fornecedores, os contêineres, os NVOCCs, fornecedor de lacre, transportadora e aí ele começou a virar ’o aplicativo’ Mestre do Setor. Você quer estudar logística e comércio exterior: é no Guia Marítimo.”


Portanto, o sucesso do Guia se construiu, sim, com inovações e pioneirismo mas, também, na base da confiança. A honestidade de todos os processos do Guia Marítimo garantiu que as empresas confiassem suas informações à revista, para que ela disponibilizasse ao público e se convertesse, por muito tempo, em um instrumento fundamental de informação para trabalhadores e estudantes do comex.


Um livro está aberto em uma página que diz europa américa e mercosul

Foto das páginas do Guia Marítimo que mostravam as rotas, as siglas e também a publicidade de empresas do setor, como a própria Allink ali no rodapé à esquerda!


Naquela época a ideia de um produto gratuito desta dimensão era tão disruptiva que para muitos era incompreensível. Mas, foi essa estratégia que transformou o Guia Marítimo em um espaço disputado para publicidade de prestadores de serviço da área, tornando o material de origem despretensiosa um produto lucrativo para seus fundadores.



DEVE SER PORQUE TINHA CHEIRO DE MAR

O Guia Marítimo antecipou a lógica de aplicativos e estratégias de marketing, incluindo o foco na experiência do usuário. Eu mesma me lembro que as revistas eram distribuídas por pessoa e não por empresa:


“Por exemplo, se na minha empresa tivesse dez pessoas que mexiam com comércio exterior e era importante que essas dez pessoas tivessem o guia, caso você ligasse pro Guia e falasse 'olha eu preciso incluir mais pessoas', eles mandavam dez guias.”


Afora todo o arrojamento e modernidade, o Guia também oferecia alguns prazeres que só as mídias impressas proporcionam, como aquele cheirinho inspirador que os amantes de livros adoram. Nas empresas do comércio exterior, o cheirinho esperado era o do Guia Marítimo. Comentei certa vez com Martin:


“Na Allink tinha uma menina que quando chegava o Guia, Martin, ela falava 'Ai, chegou o guia!'. Ela sentia prazer em tirar ele do saquinho, dar aquela folheadinha e cheirar. Eu já ouvi histórias assim de várias pessoas.”

Será que é porque o Guia tinha cheiro de mar? Se você já cheirou o Guia, nos ajude a descobrir qual era o mistério dessa atração!



PARA O GUIA MARÍTIMO O CAMINHO NUNCA ESTÁ PRONTO

Desde sua origem, o Guia Marítimo nunca se contentou em ser uma ferramenta. Suas ações foram além da revista, envolvendo colocar em discussão e movimento questões relevantes para a fluidez do comércio exterior no Brasil.


Dentre essas ações, o Guia intermediou o primeiro BIMCO (Baltic and International Maritime Council), promoveu conferências para debater a privatização e criou outras mídias, como a Revista Global e o Guia News. Nas mencionadas conferências, foram assinadas a privatização, a OTM, dentre outras legislações que contribuíram para transformar como se fazia o Comex no Brasil.



SUCESSO GERA SUCESSO: O PRÊMIO GUIA MARÍTIMO

Reafirmando seu papel para o comércio exterior brasileiro, a revista compartilhou sua influência promovendo o Prêmio Guia Marítimo, que teve seu primeiro evento em 1997. A premiação definia os vencedores de cada categoria de serviços por meio de votação dos clientes, que recebiam seus troféus em uma solenidade digna de ser lembrada como o Oscar do comex.

Uma estátua de prata sobre uma base preta com uma placa de ouro sobre ela

foto de um dos prêmios recebidos pela Allink


O Prêmio Guia Marítimo teve 5 edições, ocorridas nos anos de 1997, 1999, 2000, 2009 e 2013. Dentre os premiados, a Allink ganhou as 5 premiações como melhor NVOCC; a Hamburg Süd e a Aliança Navegação foram reconhecidas como melhores companhias de transporte marítimo em 2009; Stolthaven Santos Ltda venceu na categoria melhor terminal Retroportuário de Granel Líquido em 2010, dentre outras prestadoras de serviço reconhecidas e coroadas pela influência do Guia.

UM GUIA PARA NAVEGAR ENTRE ÁGUAS PASSADAS E FUTURAS

O Guia Marítimo se fundou e continua militando por um comércio exterior mais fluido, autônomo e enxuto no que se refere às burocracias, condições para que o setor alcance o sucesso para o qual tem potencial. É com esse espírito que o Guia prossegue, reinventando-se junto à tecnologia e novos conhecimentos.


Hoje, o Grupo Guia expande a proposta do Guia marítimo por meio de outros serviços e ações de peso para o Comex. Seu foco atual é a energia limpa. Alinhado com a agenda global, Martin vê nesse tópico um futuro promissor para o comércio exterior no Brasil:

“Só 3% do setor de transporte está imbuído nisso até agora. E um dos grandes problemas é o desafio dos combustíveis futuros. O gás natural, que é o caminho até 2030, e o hidrogênio, que é o combustível que estão apostando para 2050. Então o Guia Marítimo se tornou agora uma central de discussão desses dois grandes temas ambientais. Nós estamos prestes a fazer uma segunda revolução no mercado.”

Martin espera que o Brasil reveja o seu papel nessa revolução e posicione-se como produtor em vez de apenas fornecedor de bens naturais, investindo nas indústrias de energia limpa e trazendo maiores benefícios para o território nacional simultaneamente ao bem que essa inovação significa para o contexto global.

Em junho de 2022 o Guia Marítimo completará 30 anos e, agora com o Grupo Guia, segue desbravando novas perspectivas para o Comex no país. Nosso passeio de hoje fica por aqui, mas você pode continuar conhecendo mais sobre a sua história no site.


Pronto para o próximo trajeto? Pegue seu bilhete e embarque no link:


O comex é a ciência do encontro.

Organização, metodologias, leis, normas, estratégias: é o encontro entre pessoas e instituições que determina os limites da evolução do comex.

Ou, se você quiser conferir o trajeto anterior, vem aqui:


Outras fronteiras antes do digital.

Consegue imaginar como era se comunicar no dia a dia do comércio exterior antes da tecnologia de comunicação à distância? Aqui, quem viveu isso fala do assunto!

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