A movimentação de cargas em terminais marítimos é uma operação complexa e intensa. No Brasil, somente o Porto de Santos é responsável por aproximadamente 40% do volume total de cargas movimentadas no país.
Com um fluxo tão intenso, a organização e identificação adequada das mercadorias são cruciais para evitar problemas logísticos. A falta de etiquetagem ou a não etiquetagem dificulta a localização das cargas e pode também acarretar em avarias, perdas financeiras e atrasos significativos.
Entender o alto volume de operações nesses terminais é essencial para perceber que "não é apenas a sua carga" em circulação. Por isso, garantir uma etiquetagem precisa é uma medida fundamental para manter a eficiência e a segurança da logística portuária.
Os terminais marítimos operam de forma coordenada para receber, armazenar e embarcar um grande volume de cargas de exportação e importação. O agendamento de janelas para entrega de mercadorias é essencial para evitar filas intermináveis, como acontecia em épocas de safra.
Atualmente, mesmo com a agilidade promovida pelos agendamentos, a entrega no terminal deve ser extremamente organizada para respeitar os prazos.
Os terminais trabalham com prazos rigorosos de estufagem e embarque, onde cada minuto conta para evitar filas e congestionamentos. A identificação correta das mercadorias torna-se fundamental nesse cenário, pois permite que as operações ocorram de forma eficiente.
Sem uma identificação clara, as mercadorias podem ser armazenadas em áreas de "achados e perdidos", aguardando identificação manual e comprometendo todo o cronograma logístico.
Um dos principais desafios enfrentados nos terminais marítimos é a divergência entre as informações declaradas na documentação e as características reais das cargas. Divergências de metragem, peso ou tipo de mercadoria podem gerar atrasos consideráveis e custos adicionais.
Outro problema recorrente é a entrega de mercadorias sem a devida reserva ou agendamento de janela, o que resulta na recusa imediata por parte do terminal. As cargas também enfrentam riscos de avarias quando não possuem instruções claras quanto à fragilidade ou empilhamento.
Para minimizar esses desafios, a etiquetagem desempenha um papel crucial ao garantir que todas as informações relevantes estejam facilmente acessíveis durante todo o processo.
A responsabilidade pelas etiquetas e identificação da carga é do exportador, interveniente da qual conhece todas as características do produto, bem como todos os detalhes da negociação: importador, destino, etc.
Os símbolos presentes nas caixas definem como os produtos devem ser movimentados e armazenados pelos operadores logísticos. Eles servem de orientação para que as mercadorias cheguem ao destino intactas e com a qualidade desejada.
Essa diversidade de símbolos pode ser impressa diretamente nas caixas ou coladas com
etiquetagem de alta qualidade, uma vez que não devem se desprender durante o manuseio.
Nem todas as pessoas envolvidas nos processos logísticos sabem o que contém no interior das caixas, e por este motivo, os símbolos se tornam importantes. Eles não especificam o produto, mas determinam as formas como devem ser manuseados para evitar danos às mercadorias, prejuízos para as empresas envolvidas e até acidentes de trabalho.
É desconhecida uma regra mundial para o uso de símbolos em caixas de papelão. Porém, no Brasil é usada a
NBR 7500 para seguir a padronização de símbolos.
A etiquetagem de cargas é um requisito fundamental para assegurar a organização e segurança das operações portuárias. Quando uma mercadoria chega ao terminal sem a devida identificação, diversos problemas podem surgir, incluindo:
Além disso, em casos de avarias, a ausência de identificação adequada em como manusear o embarque compromete o ressarcimento por parte das seguradoras, pois não há como comprovar que a carga deveria ser manuseada de forma especial.
A identificação adequada nas etiquetas deve conter informações como número de reserva, origem, destino, nome do exportador e do importador, e especificações sobre empilhamento e fragilidade. Esses dados garantem que o terminal possa manusear as cargas com precisão, minimizando erros.
Para agentes de carga e despachantes, a etiquetagem eficiente proporciona uma série de benefícios que otimizam a rotina e aumentam a confiabilidade das operações. Quando as mercadorias estão devidamente identificadas, o processo de entrega no terminal se torna mais rápido e organizado.
A agilidade nas operações permite que os agentes de carga cumpram os prazos de embarque com maior segurança, evitando multas e custos adicionais. Também, a redução de erros no manuseio minimiza o risco de avarias e sinistros, garantindo um transporte mais seguro.
Outro aspecto importante é a melhoria na comunicação entre os diferentes elos da cadeia logística. Com informações claras e acessíveis, o terminal pode operar com maior eficiência, reduzindo a necessidade de intervenções corretivas.
Para garantir uma etiquetagem eficiente, algumas práticas devem ser seguidas. Primeiramente, é fundamental que todas as informações relevantes estejam presentes na etiqueta. Isso inclui dados sobre dimensões, peso, tipo de mercadoria e instruções especiais de manuseio.
Além disso, as etiquetas devem ser resistentes e bem fixadas às embalagens, evitando que se desprendam durante o transporte. O uso de materiais adequados para resistir a condições adversas, como umidade e atritos, é essencial.
Outra recomendação importante é a revisão constante das informações antes do envio das mercadorias ao terminal. Erro na etiqueta pode gerar retrabalhos e atrasos, prejudicando todo o cronograma logístico.
Investir na etiquetagem correta é uma medida estratégica para os exportadores que desejam garantir eficiência e segurança nas operações. Em um cenário onde cada segundo conta e a concorrência é intensa, pequenos detalhes fazem toda a diferença para o sucesso das operações logísticas.
Assine nossa newsletter e receba atualizações semanais de forma gratuita sobre o mundo da logística.